segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fazer mais com menos deve ser nosso lema


13 de abril de 2011 | 0h 00

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Fazer mais com menos deve ser nosso lema
Bruce Piasecki, Christian Science Monitor

    Para enfrentar a realidade do século 21, a luta pela liberdade, comida e energia, precisamos adotar um espírito de frugalidade competitiva com base no conceito do menos.

A


imensa agitação que abala hoje o mundo árabe pode parecer um fenômeno singular - uma onda histórica que arrebenta e em seguida recua. Mas, como em pouco tempo haverá sobre a Terra 7 bilhões de pessoas, seria ingênuo negligenciar uma realidade do século 21: a luta fundamental do homem pela liberdade, pelos alimentos e pela energia se intensificará em escala global nos próximos anos.
Recentemente, vimos os levantes provocados pelo aumento dos preços da comida, enquanto a atual elevação da inflação nos postos de gasolina e nos supermercados sugere que mais problemas nos aguardam. Em suma, vivemos em uma estufa global cercada por forças de mercado que atuam de maneira muito acelerada e ao mesmo tempo muito forte.
No Ocidente, costumamos atender às necessidades de populações cada vez mais numerosas com a ingenuidade do conceito do mais: mais milho por hectare, mais rodovias, mais programas de governo, mais redes de lojas e supermercados, mais riqueza pessoal e corporativa, mais tudo. A história sugere que isso funciona - até deixar de funcionar.
E hoje é evidente que nossa obsessão pelo mais e nossa confiança na superabundância dos recursos não apenas prejudicam o meio ambiente, como esvaziam de sentido valores que tornaram os EUA e outras nações prósperas, em primeiro lugar.
Em vez disso, devemos adotar um espírito de frugalidade competitiva com base no conceito do menos. "Fazer mais com menos" deve ser nosso lema, nosso objetivo e o apelo para nos tornarmos frugais, diplomáticos e dotados de imaginação. Poderá parecer um conceito radical, mas é simplesmente a moderna versão do que Benjamin Franklin pregava - e a maioria dos americanos praticava - três séculos atrás. "A preguiça torna todas as coisas difíceis, o trabalho torna tudo fácil", nos lembrava Franklin. "Aquele que levanta cedo, corre o dia todo, e mal cuidará dos negócios à noite, enquanto a preguiça anda tão devagar que a pobreza logo a ultrapassa."
A sabedoria de Franklin a respeito da autodeterminação e da frugalidade competitiva é muito mais do que simples mote de autoajuda. Ela representa um plano de renovação para uma nação e suas empresas - e um regime de desintoxicação para a alma moderna envenenada pela lógica implacável e pelo desejo ardente de possuir mais.
Olhemos para nosso pequeno planeta. Apesar da crise econômica global, Índia, Brasil, Indonésia e algumas nações asiáticas prosperam graças à sua frugalidade e imaginação. No mundo das grandes empresas, a Federal Express prospera transportando mais mercadorias com menos caminhões e aviões. A vontade de realizar mais com menos é uma fórmula de sucesso. Na realidade, enquanto nosso mundo é definido pela escassez, a arte da frugalidade competitiva poderá se tornar a característica fundamental das principais nações e corporações.
Estagnação. O aspecto positivo da estagnação de nossa economia está no fato de que nos obriga a exercer esta arte e a aprimorá-la continuamente. Os governos aprendem a proteger mais com menos. As corporações aprendem a produzir mais com menos. E os consumidores aprendem a fazer mais com menos.
Em nossa era da abundância, depois da 2.ª Guerra, nossas mentes mais brilhantes nos negócios tomaram como objetivo o crescimento por meio do aumento das vendas ao público. Hoje, numa era de escassez, as mentes mais brilhantes nas empresas passaram a obter lucros usando menos água, menos carvão e criando menos lixo industrial.
"O tempo perdido jamais será encontrado", advertia Franklin. Do mesmo modo, os recursos naturais e os combustíveis fósseis perdidos no desperdício raramente voltarão. O espirito de frugalidade competitiva exigirá que abandonemos o impulso para o uso da facilidade e da indulgência. Essa vívida resposta humana continua fazendo parte de nosso DNA cultural.
A busca de respostas do mercado aos problemas sociais relativos à mobilidade, segurança, sustentabilidade e à qualidade da vida para os 7 bilhões de habitantes do planeta terá de ser feita com a maior pressa. Ela exige uma inovação agressiva. Uma das maneiras de acelerar nossa frugalidade competitiva é a redefinição do nosso conceito de dinheiro e de nossa relação com ele.
Costumamos considerar o dinheiro em termos meramente quantitativos, como unidade de medida da felicidade - e é por isso que o desejamos em quantidades cada vez maiores. Mas o dinheiro tem a ver também com respeito, reputação e capital social. Então, onde foi que erramos? Por que a vingança, a criminalidade e a extorsão hoje se tornaram tão comuns no mundo dos negócios? Alguns culpam as mentiras da filosofia das escolas de administração de empresas.
No contexto da escassez, uma companhia é concebida como uma resposta social à oportunidade. Somos bem-sucedidos porque fazemos certas coisas melhor, com menos desperdício, do que a concorrência. Há uma satisfação social em termos consciência disso.
Franklin não é o único pensador que pode nos nortear. O poeta irlandês William Butler Yeats explora vários temas relevantes em um maravilhoso ensaio de 1897, William Blake e a Imaginação. Ele observa: "Houve homens que amaram o futuro como uma amante, e o futuro mesclou seu hálito ao deles e sacudiu os cabelos para eles ... William Blake foi um destes homens ... porque ao iniciar coisas importantes ... ao iniciar qualquer trabalho, há um momento em que compreendemos mais perfeitamente do que compreenderemos depois, quando estiver concluído".
Yeats está totalmente certo. Estamos no início de uma importante tarefa - a de salvaguardar o nosso futuro. É verdade que a escassez leva à criatividade. Mas a necessidade não pode ser a única mãe da invenção. Precisamos começar redefinindo a própria prosperidade, abandonando o consumo cada vez maior de bens e serviços, rumo à sustentabilidade da própria vida. O sentido mais profundo dos desafios naturais exige esta resposta humana mais elevada.
No século passado, os valores mais altos da criatividade em meio à escassez surgiram durante as grandes guerras, quando a pesquisa e o desenvolvimento destinados à destruição nos presentearam com novas tecnologias espantosas, da energia nuclear ao titânio e aos biocombustíveis. Neste século, devemos fazer com que esta mesma criatividade e genialidade tecnológica estejam ao serviço da sustentabilidade. E não se enganem: a sustentabilidade não é uma mera aspiração - é a guerra que travamos contra nossa destruição futura. [i]

TRADUÇÃO: ANNA CAPOVILLA
                                É PRESIDENTE DA EMPRESA DE CONSULTORIA AHC GROUP E ESCRITOR


[i] O alerta que pensadores, sociólogos, filósofos entre outros vêem fazendo aos governantes  não tem sido  alvo da discussão política ,visto que a empolgação em adquirir  por ela  suas fortunas  as vezes de forma imoral e corrupta ,não permitem que  verdadeiros políticos sente-se a cabeceira  e muito menos pessoas que seriamente pensa a situação que vivemos, o povo por sua vez “não tem vez” nem voz. Na era da informação parecem que eles, os políticos governantes estão desconectados, se assenhoreiam do Poder, verdadeiros “donos”. Discursos bem afinados com a mídia e seus interesses são postados  e criam a figura de “homens públicos”  alguns até na contramão da sua própria historia se dizem “cabedal de ética e zelosos do bem publico” .
Agora por exemplo o que importa e fazer bonito para o mundo mesmo que se repita a triste história recente de olimpíadas leia-se CHINA onde esconderam os pobres e miseráveis para mostrar ao mundo algo irreal. O  povo brasileiro sente na pele a falta de condições enevoada por programas  que gastam mais  com os executores do que com os que são considerados “os fins”ou melhor para quem deveria ser destinados tais recursos. A conta da Copa e Olimpiadas não param de aumentar,temos alem da APO –Agente Publico Olimpico  o recém criado  Conselho para os mesmos fins e ainda temos ministro de Esporte e seu rico ministério (que vergonha PCdoB) a última denuncia a FIFA  determina gastos e isenções Fiscais dando prioridades aos seus parceiros o Blater parece que este é o nome do mandatário da FIFA até mesmo ameaça os países que são contra ou questionem sua administração de serem banidos do futebol palavra  do jornalista inglês que declarou que seu pais retirou todo tipo de acusação ao órgão pela benesse de continuar no futebol.
Corruptos acordem já estão aparecendo outros com super poderes.
  

Este artigo trata do principio primordial da Boa administração; Fazer mais com menos.  Parece que não é bem essa  a visão dos nossos políticos governantes e não dá mais para declarar a culpa é do governo anterior (chavão inventado ou bem interpretado pelo Dep.Genuino do PT nos idos anos de 2002)aliás é bem culpa do governo anterior que deixou um legado de oportunismo e escancarada liberação do bem publico para alguns como Eike Batista para quem BNDS é o grande facilitador de dinheiro barato.(em entrevista a Gabi )



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