quarta-feira, 23 de maio de 2012

Enganação! O Brasil espera muito mais

23/05/2012


Editorial da Folha: Deficit de ousadia




Por: Folha de S. Paulo 

Ministro Mantega só repete fórmula gasta do estímulo ao consumo; cabe à presidente projetar modelo calcado em investimento e produtividade
O governo Dilma Rousseff, alarmado com as projeções desanimadoras para o crescimento do PIB neste ano e a deterioração célere da economia internacional com a crise europeia, baixou um novo -e decepcionante- pacote de estímulo ao consumo.
O repertório do ministro da Fazenda, Guido Mantega, parece esgotar-se na receita já aplicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008: corte de imposto para a indústria automobilística, na esperança de ver os preços baixarem, e medidas para baratear o crédito, sobretudo para compra de automóveis, mas também de máquinas e equipamentos.
A ênfase na cadeia automotiva é correta, numa emergência. Nenhuma outra, pelo porte da rede de fornecedores, poderia obter impacto comparável. Mas seu efeito previsível se resumirá à desova de estoques -cerca de 360 mil unidades- e a evitar demissões.
A situação da economia brasileira é diversa da de quatro anos atrás. O limite de endividamento das famílias já parece próximo de ser alcançado, o que restringe a margem para estímulos pela via do crédito e do consumo.
A alternativa seria aumentar a taxa de investimento público e privado, hoje em redor de 19% do PIB. Mas isso não será alcançado sem enfrentar barreiras estruturais que o pacote nem chega a roçar: gastos estatais e carga tributária.
A expectativa de passos mais decididos do governo havia sido avivada por iniciativas recentes de Dilma Rousseff. Por exemplo, o desarme da bomba das aposentadorias dos funcionários públicos, com a aprovação pelo Congresso do teto de benefícios vigente no setor privado para os novos servidores.
A política monetária do Banco Central, afinado com o Planalto, também sinaliza maior iniciativa. A queda dos juros básicos proporciona um alívio importante para as contas do governo federal. Permite redução contínua das despesas com a dívida pública e abre oportunidade única para reduzir a carga tributária, em geral, e não só de uns poucos setores.
A exorbitante taxa de juros que remunera a dívida pública brasileira ficou próxima de 16% no ano passado (ou 9,5% em termos reais, descontada a inflação anual de 6,5%). É uma excentricidade diante dos padrões internacionais.
Países muito mais endividados pagam juros reais perto de zero (como EUA e Reino Unido). Na América Latina, a proporção média desses gastos anuais é de 2,6% do PIB.
O governo federal gastou 5,7% do PIB com juros em 2011, a maior rubrica depois do INSS (6,8% do PIB). Haveria condições no Brasil, assim, para economizar até 3% do PIB ao ano. Essa diferença entre o que gastamos e a média latino-americana equivale a quase três vezes o investimento federal em 2011.
A questão central está em usar a reserva obtida com a queda dos juros básicos para cortar os impostos que sobrecarregam a economia e realimentam a espiral de custos inibidora do investimento.
Não é a primeira vez que o governo desperdiça uma oportunidade de melhorar a política de gastos e tributos. O grande aumento de arrecadação proporcionado pela formalização do emprego e pela aceleração do crescimento terminou convertido em novas despesas.
Está na hora de conceber uma estratégia de maior fôlego e austeridade, por impopular que seja ou venha a parecer. A inédita aprovação da presidente, ora reforçada pela investida contra os extorsivos juros ao consumidor, deve ser capitalizada para tal esforço.
Um primeiro passo é a contenção efetiva de gastos correntes, para evitar que a economia obtida com os juros seja vaporizada. Isso dará segurança ao governo para fixar uma trajetória de desoneração tributária mais abrangente e de longo prazo.
O objetivo poderia ser diminuir a carga tributária de cerca de 35% para 30% do PIB em dez anos, por exemplo. A melhor forma de chegar a isso é impor um limite legal para o crescimento das despesas.
Cabe ainda retomar a proposta ventilada no governo Lula de limitar o aumento da folha de salários em 1,5% ao ano acima da inflação. E, também, rever a regra atual de aumento do salário mínimo.
No geral, trata-se de fazer os gastos crescerem menos que o PIB. É imperioso inverter o padrão perdulário dos últimos 20 anos, que drenava todos os ganhos para o poço sem fundo da máquina estatal.
Com o alinhamento correto das contas públicas, restaria enfrentar o que mais importa: aumentar a taxa de investimento, reformar a infraestrutura (estradas, portos, aeroportos e energia) e abrir espaço no Orçamento para um choque de qualidade em educação e saúde.
Seriam essas as bases para lançar um novo ciclo de crescimento, movido por ganhos de produtividade, mais sólido que o modelo lastreado só em consumo interno e preços elevados das commodities, cujos limites estão à vista.


Falta ousadia ao governo Dilma.
             Levando o povo a um consumismo desenfreado logo quando as estatísticas mostram uma defasagem tremenda no poder de compra das famílias brasileiras  e lá fora os especialistas apontam como certa a desconfiança dos investidores com referencia ao Brasil e sua politica econômica  e apontam caminhos que passam pela infraestrutura e educação séria preparando o povo para um futuro sem surpresas desagradáveis tomando como exemplo os coreanos e chineses  principalmente  que hoje tem uma estabilidade ou pelo menos vivem em situação bem melhor e vejam ainda a situação do Brasil comparado aos colegas do BRINCS  estamos sempre na rabeira do desenvolvimento. enquanto isto o medo do Cachoeira falar  e o possível julgamento dos mensaleiros  faz tremer  as bases da  Republica Federativa do Brasil  
Powered By Blogger