terça-feira, 4 de novembro de 2008

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS – A TEORIA NA PRÁTICA
HOWARD GARDNER



“Que mundo é este que nos recebe”?
Como são as pessoas? O que é a natureza?
Quem sou eu? Assim são as crianças, ávidas.
pelas descobertas. Assim diante de toda essa
curiosidade, pela surpresa e pela alegria,
as crianças abrem-se como girassóis, receptivas
a tudo e a todos, buscando a riqueza da luz.
Ao recebê-las, o que precisamos é redescobrir
com elas, o ser poético, a espontaneidade
a capacidade de filosofar sobre as coisas
“e reconhecer suas diferenças e peculiaridades.”


Cadernos Pedagógicos – OMEP
Introdução/volume 1



Entre os pensadores da Educação destacamos Howard Gardner, psicólogo americano, professor de Cognição e Educação e integrante do Projeto Zero – grupo de pesquisa em cognição humana, mantido pela Universidade de Harvard. Professor de Neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Boston. Entre 18 livros escritos, destacamos Estruturas da Mente – Teoria das Inteligências Múltiplas: A Teoria na Prática, a criança pré-escolar como pensa e como a escola pode ensiná-la.
Basicamente o que esta teoria busca evidenciar, são as inteligências múltiplas que todas as pessoas possuem.
Fundamentado em pesquisas realizadas ao longo dos anos e de muita experiência com a educação, Gardner concluiu que existem sete espectros de inteligências a comandar a mente humana. Coloca como ponto relevante ao tratar das I.M, que todos nós temos tipos diferentes de mente, pensamos e agimos diferentemente.Portanto sugere aos educadores que ao se dirigirem à mente de cada criança, isto deva ser feito de forma a entendê-la em suas peculiaridades.Isso porque as crianças têm mentes diferentes umas das outras e por este motivo, não podemos compará-las e nem nivelar um programa pedagógico pela média dos comportamentos, das reações e das habilidades.
Muitos dos programas educacionais, atualmente já se baseiam nos princípios desta teoria, pois são programas que trazem significativas inovações para o currículo escolar, para o sistema de avaliação e na utilização de diferentes recursos a serem usados no desenvolvimento da aprendizagem das crianças.

Em síntese, para Gardner, existem sete inteligências, que podem ser resumidas desse modo:

• Inteligência lógico-matemática: traduzida na capacidade de realizar operações matemáticas e de analisar problemas com lógica. Matemáticos e cientistas têm essa capacidade privilegiada

• Inteligência lingüística: habilidade de aprender línguas e de usar a língua falada e escrita, para expressar-se e atingir objetivos. Advogados, escritores e locutores a exploram bem.

• Inteligência espacial: capacidade de reconhecer e de manipular uma situação espacial, ampla ou restrita. É importante tanto para navegadores, como para cirurgiões ou escultores.

• Inteligência físico-cinestésica: capacidade em usar o corpo para a solução de problemas ou a fabricação de produtos. Dançarinos, atletas, cirurgiões ou mecânicos, valem-se dela.

• Inteligência interpessoal: é traduzida pela capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e de se relacionar bem. Inclui-se aqui, os professores. É necessária para vendedores, líderes religiosos, políticos.

• Inteligência intrapessoal: seria a capacidade de auto-conhecimento, onde estariam incluídos, suas aspirações e o modo como usar suas informações, para alcançar objetivos pessoais.

• Inteligência musical: disposição inata para atuação, apreciação e composição de padrões musicais.

Gardner abre novos caminhos para a educação, onde a Escola e os professores devam considerar as crianças por inteiro e valorizar outras formas de demonstrarem competências e habilidades diversas.
Diante das idéias centrais desta teoria, poder-se-ia dizer que Howard Gardner em seu livro I.M., possibilita aos educadores a descoberta e o desenvolvimento de talentos?
É importante salientar que temos sim, mais de um tipo de inteligência, mas que alguma delas se destaca. Podemos perceber isso através do exemplo de Daiane dos Santos, nossa ginasta maior, que tem como prioridade em sua mente a inteligência físico-cinestésica, que é o que mais se destaca, é o seu talento. Porém os outros tipos de inteligências também se manifestam, porque ela também faz operações matemáticas e usa as linguagens para se comunicar, entre outras.
Em nosso entender, quando Gardner nomeia os tipos de inteligências com suas peculiaridades, está abrindo possibilidades de centrar a escola do futuro, no indivíduo, valorizando suas aptidões, suas habilidades, seus talentos.
O professor, ao atuar nessa perspectiva com seus alunos, desde a infância, abrirá caminhos que oportunizem incentivar e estimular o surgimento de talentos nas crianças, respeitando suas diferentes formas de agir e de ser.
Em sua obra I.M. Gardner relaciona a inteligência à criatividade, ao gênio, à prodigiosidade, à perícia e a outras tantas realizações mentais desejáveis.
Essa ampla variedade de inteligências humanas conduz a uma nova visão de educação que ele chama de “educação centrada no indivíduo”.
Ainda complementando a teoria, Gardner considera, além do trabalho educacional que vai desde o desenvolvimento de currículos, até a formação de professores - seu principal foco tem sido a criação de novas formas de a inteligência, pois permitem uma observação objetiva e direta da avaliação. Estas formas, que vão além dos testes padronizados, são justas para funcionamento das inteligências. Desse modo a estratégia de avaliação, promove ainda a auto-avaliação, o que possibilita que o indivíduo continue a aprender fora da escola.
Quando o autor apresenta “noções de contextualização” e de “inteligências distribuídas”, quer significar uma ampliação da inteligência que vá além da pele do indivíduo. Tais assertivas indicam formas de demonstrar, que nossas capacidades intelectuais são intimamente determinadas pelos contextos em que estamos inseridos e pelos recursos humanos e materiais de que dispomos.
Também são considerados novos tipos de ambientes, como museus, locais de trabalho, através de objetivos e planos pedagógicos mais desafiadores e que ao mesmo tempo envolvam as crianças na busca da solução de problemas e no desenvolvimento da criatividade.


Fonte para consulta:

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: A TEORIA NA PRÁTICA
GARDNER HOWARD – 1995 Editora Artes Médicas

Um comentário:

Marcelo Gomes disse...

Inteligência musical: disposição inata para atuação, apreciação e composição de padrões musicais.

Quero fazer um breve comentário sobre este assunto.
Atuo como professor de música na Escola Cristã de Música Verbo Vivo, e tenho observado que o ser humano tem mesmo uma capacidade incrível de se adaptar ao meio, transpor obstáculos, surpreender. Vejo isso em alguns alunos. Aprendem sobre como devem executar uma peça musical, estudam a teoria, desenvolvem a prática utilizando as técnicas propostas e, gradativamente, vão se familiarizando com o processo até que executam aquela peça. Alguns fazem isso com certa habilidade, mas, por mais que se esforcem e cheguem a um patamar aceitável, nunca serão músicos.

Veja esta matéria.

Cérebro de músicos tem mais substância

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As diferenças entre os cérebros de músicos profissionais, de músicos amadores e de não-músicos
Os músicos têm mais massa cinzenta em determinadas regiões do cérebro, revela um novo estudo dos cientistas Dr. Christian Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha), e Dr. Gottfried Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (Estados Unidos).

Ao comparar o cérebro de músicos profissionais, amadores e não-músicos, os cientistas constataram diferenças na quantidade de massa cinzenta de determinadas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor. Os resultados do estudo foram publicados na edição de outubro do renomado Journal of Neuroscience.

"Os músicos são objetos prediletos da pesquisa do cérebro", afirma o Dr. Gaser, pois tocar um instrumento é algo que começa desde criança e exige muito da audição e da motricidade fina das pessoas. Uma das particularidades da música é que os músicos precisam transformar rapidamente as informações visuais — as notas musicais — em movimentos dos dedos.

A pesquisa dos doutores Gaser e Schlaug constatou que as diferenças da estrutura do cérebro dos três grupos estudados — músicos profissionais, músicos amadores e não-músicos — estão relacionadas à intensidade do treinamento musical. Quanto melhor treinado o músico, maior é a proporção de massa cinzenta. Como se sabe, a quantidade da massa cinzenta é determinante no grau de inteligência de um indivíduo.

Ressonância magnética para medir o cérebro

Os cientistas utilizaram a tomografia por ressonância magnética para obter representações visuais em três dimensões do cérebro. Para isto o Dr. Gaser desenvolveu um novo método de medição, inspirado na eletrotécnica e na morfometria, que permite estudar a transformação temporal da "paisagem cerebral".

As imagens obtidas permitem deduzir, por exemplo, que os instrumentistas utilizam muito mais a mão esquerda do que as pessoas que não tocam nenhum instrumento. A principal conclusão do estudo é que a prática constante de um instrumento influencia de forma positiva o desenvolvimento do cérebro.

Ao que tudo indica, o efeito do treinamento musical no cérebro é semelhante ao da prática de um esporte nos músculos, afirma o Dr. Gaser.

Talento musical é nato ou adquirido?

A partir desses primeiros resultados, os dois pesquisadores querem agora resolver um dos principais enigmas da música: descobrir se o cérebro dos músicos é diferente desde o nascimento, e por isso é que eles se tornam músicos, ou se as diferenças de estrutura cerebral se desenvolvem em função do treinamento musical.

A partir deste ano, eles começaram a estudar o cérebro de um grupo de crianças americanas entre 5 e 7 anos de idade. Os meninos serão acompanhados desde o início de sua educação musical, durante três anos. Eles estão divididos em três grupos: o primeiro aprende a tocar um instrumento, o segundo freqüenta um curso de música mas sem aprender um instrumento e o terceiro grupo só freqüenta as aulas de música da escola.

O desenvolvimento do cérebro dessas crianças será documentado em intervalos regulares, através de imagens de ressonância magnética e do método de morfometria aperfeiçoado pelo Dr. Gaser. Isto permite detectar qualquer pequena transformação ocorrida em regiões específicas do cérebro.

Os cientistas esperam assim fornecer uma resposta definitiva à questão: por que os cérebros do músico têm mais substância?

fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,1564,1017888,00.html

Isso tudo me faz pensar...

Sou músico ou executo música ?

Marcelo Gomes
18:30 - 07/11/2008

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